UNIDADE DE PROTEÇÃO DE FORÇA

Artigo publicado na revista Sirius de Set/Out 2011
Texto: Paulo Mata



A bordo de um C-130 da Força Aérea, serpenteando por entre montanhas e vales, quase a roçar as copas das árvores, uma equipa da Unidade de Protecção de Força (UPF) está preparada para entrar em ação. Missão: conferir proteção à aeronave quando esta resgatar uma força terrestre infiltrada em território inimigo. 
Esta missão não é de facto real, sendo um treino durante o exercício Real Thaw, que a Sirius teve oportunidade de acompanhar. A UPF no entanto, está permanentemente em estado de prontidão, à disposição do Comando Aéreo sempre que seja necessário conferir proteção aos meios da FA, em destacamentos ou operações que assim o exijam.



Entre as ações reais mais recentes, contam-se operações no Afeganistão, Chade, Egipto e Líbia, onde garantiram a segurança das aeronaves C-130 Hercules nacionais e seus ocupantes, principalmente durante a fase crítica do embarque nestes teatros de guerra ou instabilidade social.
A UPF é uma unidade da Polícia Aérea, não devendo ser confundida com uma unidade de elite. Os seus elementos recebem no entanto formação direcionada para a especificidade das operações e dos meios normalmente envolvidos.
Cada missão integra normalmente um número entre seis e dez elementos, dependendo do risco atribuído à zona onde irá intervir.



De regresso à missão que acompanhámos e apenas cerca de 3 minutos depois da aterragem, já estão dentro do C-130 as forças infiltradas e as suas duas viaturas, que foram imediatamente bloqueadas pelos loadmasters na aeronave. Os elementos da UPF são os últimos a entrar a bordo e fecha-se a porta de carga quando já o Hercules inicia marcha-atrás na pista para poder descolar de seguida na mesma direção que aterrou. As rodas descolam do chão e uma subida de generosa inclinação é iniciada, conforme procedimento de segurança em zonas de risco. A UPF cumpriu a sua missão com sucesso e a aeronave e seus ocupantes regressam à base em segurança.

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