Texto: Paulo Mata
Artigo publicado no jornal Take-Off de abril de 2013
Um Fiat G.91 R/4 com a configuração habitual de depósitos e rockets sob as asas Foto: AHFA |
Há momentos que marcam uma vida. Há 40 anos, a bordo do Fiat G.91 com a matrícula 5413 da Força Aérea Portuguesa, em missão nos céus da Guiné, o então Ten PILAV Miguel Pessoa teve vários desses momentos, quando foi atingido por um míssil terra-ar SA-7 Strela e teve de se ejectar em território hostil.
O Ten. Miguel Pessoa com equipamento de voo à saída da Esquadra 121 na BA12 - Bissalanca |
A 25 de Março de 1973, cumprindo o serviço de alerta na BA12 em Bissalanca, na Esquadra 121- Tigres, que operava os Fiat G.91, a parelha é chamada a responder a um ataque com canhões e foguetões, sobre o aquartelamento de Guileje, no sul da Guiné Bissau, bem próximo da fronteira com a vizinha Guiné Conacri. De serviço nesse Domingo, o Ten. Miguel Pessoa acabaria por descolar sozinho, de modo a identificar visualmente as posições do inimigo e transmitir a informação ao avião que descolaria em segundo lugar, entretanto equipado com o armamento mais adequado.
A placa de estacionamento com abrigos laterais na BA12 - Bissalanca onde ficavam estacionados os Fiat G.91 da Esq.121 |
Se há momentos a evitar, estar do lado errado de um lança-mísseis é certamente um deles. Mas foi isso exactamente que aconteceu a Miguel Pessoa, na aproximação a Gandembel, local referenciado pelo aquartelamento como provável base de fogo do inimigo que flagelava Guileje. Já cinco dias antes tal havia acontecido também, então no norte do território, com o míssil (então desconhecido) a deixar um rasto branco, por entre o seu avião e o do TCor Almeida Brito, com quem voava em formação. Desta vez não chegou a ver nada. Sentiu apenas a detonação do míssil na traseira do avião, e imediata perda de potência na turbina.
Um Fiat G.91 R/4 em picada sobre o inimigo Foto: AHFA |
E se há momentos que podem marcar a diferença entre a vida e a morte, puxar a alça de ejecção de uma cadeira ejectável num avião em queda, é certamente também um deles. Momentos que parecem desmultiplicar o tempo e multiplicar as forças. O gesto de puxar a alça de ejecção sobre a cabeça (mecanismo que oferece alguma resistência) foi feito de tal forma, que o piloto julgou estar o sistema de ejecção avariado, tal foi a facilidade com que a alça se moveu. Por outro lado, a ausência de resposta dos foguetes que deveriam impulsionar a cadeira, reforçou a mesma ideia, levando-o a considerar a hipótese de accionar o sistema secundário de ejecção, situado no assento da cadeira, entre as pernas. Contudo, antes de esboçar esse movimento, dava-se já a ignição dos foguetes, que iniciavam a extracção da cadeira do avião. Afinal tinham-se passado apenas 0,3 segundos.
Cadeira ejectável Martin Baker MkG W4B usada nos Fiat G.91 R/4 portugueses e que salvou a vida ao Ten. Miguel Pessoa |
A escassa altitude, com o avião em queda desgovernada e já sem comandos devido a falha do sistema hidráulico, Miguel Pessoa ejecta-se da aeronave no último instante. De tal modo, que o pára-quedas não chegou a abrir totalmente, tendo o piloto entrado pelo arvoredo adentro com velocidade excessiva, o que lhe viria a causar a fractura do perónio, no embate com o solo. Acordado no meio de mato cerrado, depois de alguns minutos de inconsciência, havia que avaliar a situação.
Sem ter tido tempo para enviar um pedido de socorro, em zona não controlada por forças amigas, cercado de vegetação densa e inferiorizado fisicamente por uma perna partida e com fortes dores nas costas devido à violência da ejecção, o futuro afigurava-se incerto e pouco risonho para o piloto português. Explorando o kit de sobrevivência que transportava, do material que continha, elegeu os very-lights e uma pequena bússola, como verdadeiramente úteis, esquecendo os restantes itens por falta de uso prático. Não havia rádio para poder comunicar. Na verdade, era a primeira vez que via tal material. Os treinos de sobrevivência não eram então o que são hoje.
Deslocou-se conforme pôde para uma zona de floresta menos densa, de modo a conseguir lançar os very-lights e esperou pela passagem de alguma aeronave amiga. Apesar de não ter enviado pedido de socorro, a sua ausência seria naturalmente notada.
Passado pouco tempo, ouvia já de facto o ruído de aviões a jacto, mas a sua (falta de) visibilidade para o céu contudo, impedia-o de saber com certeza, a proximidade das aeronaves e avaliar o momento adequado para o lançamento dos foguetes de sinalização. Passava das 5 da tarde e as esperanças de resgate durante o dia diminuíam com a mesma velocidade da luz do sol, que na Guiné se desvanece cedo e rapidamente. Haveria que passar a noite no meio do nada. A única possível companhia que se afigurava então, era a que menos pretendia: o inimigo. Teriam visto o local do despenhamento? Teriam visto os very-lights que lançou? Andariam à sua procura? Perguntas às quais apenas os ruídos da floresta respondiam. Não tinha sequer a arma de mão que fazia parte do equipamento normal para missões de combate, uma vez que estava no fato anti-G, que não havia vestido, para ganhar tempo na resposta ao alerta.
A noite foi interminável. Apesar do cansaço, pouco dormiu. Todos os barulhos pareciam movimentos dissimulados no escuro da floresta. Todas as sombras se podiam confundir com vultos humanos. Num dos breves momentos em que conseguiu dormir alguma coisa, enganando as dores que sentia, acordou sobressaltado com a sensação de movimento junto à perna magoada. Seria uma serpente, ou apenas a perna partida a latejar? Na escuridão não arriscou mexer-se para saber. Se dum animal se tratou, nunca o chegou a saber. A sensação passou e pelo clarear da aurora já nada lá se encontrava.
Pela manhã, ainda que cansado, e com sinais de desidratação, visto não ter bebido qualquer líquido desde a hora de almoço da véspera, o moral melhorou com a perspectiva de ser resgatado. Não demorou muito para ouvir o som de aeronaves a sobrevoar a zona. Na verdade, havia sido localizado ainda na véspera, pelo TCor Almeida Brito, que em G.91 visualizou um dos very-lights lançados, já muito perto do anoitecer. A hora tardia contudo, inviabilizou o destacamento duma força de resgate ainda no mesmo dia.
O ruído característico dos helicópteros Alouette III fazia-se também ouvir nas proximidades, mas por via das dúvidas e por desconhecer ainda se já havia sido localizado ou não, lançou os very-lights que lhe restavam. Vestiu a camisola interior branca por cima do fato de voo, de modo a ficar mais visível, mas a ajuda tardava. Passavam já três horas desde o amanhecer e nada. Tentou fazer uma fogueira com alguns fósforos alegadamente anti-humidade, mas nenhum acendeu. A desidratação começava então também a pregar partidas, ao toldar os pensamentos e perturbar o discernimento.
O ruído característico dos helicópteros Alouette III fazia-se também ouvir nas proximidades, mas por via das dúvidas e por desconhecer ainda se já havia sido localizado ou não, lançou os very-lights que lhe restavam. Vestiu a camisola interior branca por cima do fato de voo, de modo a ficar mais visível, mas a ajuda tardava. Passavam já três horas desde o amanhecer e nada. Tentou fazer uma fogueira com alguns fósforos alegadamente anti-humidade, mas nenhum acendeu. A desidratação começava então também a pregar partidas, ao toldar os pensamentos e perturbar o discernimento.
Marcelino da Mata com a catana na mão e o seu grupo posam para a foto após encontrar o Ten. Miguel Pessoa |
Quando finalmente conseguiu divisar pessoas na sua proximidade, eram… africanos. Armas Kalashnikov e uniformes estranhos. Na falta de melhores argumentos para se defender, optou por insultar o que supunha serem elementos do PAIGC, portanto o inimigo. Estes contudo, trataram-no pelo próprio nome, o que lhe baralhou o raciocínio. O chefe identifica-se como sendo Marcelino da Mata, conhecido líder de um grupo de operações especiais das forças portuguesas, embora formado por elementos de etnia africana. Apesar de conhecer a sua fama, o Ten. Pessoa nunca o tinha visto pessoalmente. O facto de saberem o seu nome também facilmente se explicava, ou por informadores na base, ou por escuta de comunicações rádio, pelo que não estava convencido ainda. Sabendo que o verdadeiro Marcelino da Mata era conhecido por trazer sempre consigo cantis com Fanta ou Coca-Cola, pediu de beber e confirmou a veracidade da identidade através das bebidas. Foi uma espécie de o santo-e-senha improvisado. O regresso, apesar de penoso e demorado, devido à dificuldade em andar com a perna fracturada por entre a vegetação densa, não teve grande história.
O penoso regresso a pé pela mata |
O Alouette que o havia de transportar de regresso, encontrava-se na orla da mata e os restantes helicópteros que tinha ouvido mais cedo, destinavam-se à colocação dos grupos de caçadores pára-quedistas e de operação especiais que tinham ido em sua busca. Com uma primeira paragem em Guileje, onde outro helicóptero o haveria de transportar para o hospital militar, a jornada terminaria finalmente na BA12, após os exames médicos e tratamento da perna fracturada, onde um numeroso grupo festejou o seu regresso e o sucesso da missão de recuperação.
O Alouette III que transportou o Ten. Miguel Pessoa na chegada a Guileje |
Aspecto da zona de aterragem em Guileje com os helicópteros destacados para transportar os grupos de busca |
Há momentos que marcam um ponto de viragem e a introdução dos mísseis terra-ar no teatro de guerra, foi esse momento. Portugal perdia a supremacia dos ares, onde até então se tinha movido livremente. A guerra entrava numa nova fase, decididamente pior para as forças portuguesas. Durante as duas semanas seguintes mais quatro aeronaves seriam abatidas por mísseis SA-7 Strela. As tripulações não tiveram então a mesma sorte do Ten. Pessoa. Uma das vítimas mortais seria mesmo o TCor Almeida Brito, comandante do Grupo Operacional 1201, o mesmo piloto que havia localizado a sua posição no dia 25 de Março e que já havia sido alvejado consigo a 20 de Março na fronteira norte da Guiné.
Ficou então patente o modus operandi do inimigo, atacando posições portuguesas no terreno, para depois esperar a chegada dos aviões que vinham em resposta, e assim os alvejar. Após suspensão da actividade aérea, para análise da arma que se enfrentava, sua utilização e características, foram tomadas medidas a nível dos procedimentos nos ataques, altitudes de voo e armamento a utilizar. Depois de implementadas essas medidas, apenas uma aeronave mais seria abatida por um Strela, já em Janeiro de 74 e alegadamente por não ter cumprido os procedimentos definidos.
O míssil portátil SA-7 Strela Foto: US Navy |
Quanto ao Ten. Miguel Pessoa, após passar duas semanas na enfermaria da BA12 terminaria durante os quatro meses seguintes na Metrópole, a convalescença das mazelas físicas decorrentes da ejecção, nomeadamente a nível do perónio fracturado e da coluna, cuja compressão de 2 cm nunca chegaria a recuperar. Depois deu-se o difícil regresso ao teatro de operações onde quase tinha perdido a vida, com a reactivação da sua comissão. Sem qualquer ajuda psicológica, ou apoio para voltar a enfrentar as mesmas situações de risco, voltar a sobrevoar o local onde tinha sido abatido não foi fácil, tal como não é difícil de compreender. Acabaria por ser o único piloto a terminar a comissão na Guiné, após ter sido abatido em combate. Ainda chegou a ser visado mais quatro vezes por mísseis Strela. Numa delas conseguiu mesmo ver a cabeça de busca do míssil que o perseguia e a tentativa de correcção da trajectória, para prosseguir atrás da fonte de calor que era o seu avião. Quando alguém alude à aura de herói que o rodeou por ter sobrevivido ao abate por um míssil, Miguel Pessoal responde que o verdadeiro acto de registo que teve, foi regressar e enfrentar outra vez o mesmo inimigo, o mesmo perigo, olhos nos olhos. E se os procedimentos de combate adoptados acabaram por lhe salvar a vida, nunca chegaram a ser aplicadas nos aviões quaisquer ajudas em termos de autodefesa relativamente aos mísseis.
De regresso a Portugal, e já depois do fim da guerra, viria a ser instrutor em T-37 na Esq 102 em Sintra. Integrou a patrulha acrobática Asas de Portugal durante sete anos, tendo sido também Comandante da Esq 102 e dos Asas. Foi mais tarde Comandante do Grupo Operacional 51 na BA5 em Monte Real onde voou ainda em A-7P e finalmente Comandante da BA6 no Montijo. Reformou-se com a patente de Coronel em 1998.
A enfermeira pára-quedista Giselda Antunes à direita carrega a maca do Ten. Miguel Pessoa |
Para final de história, em jeito de argumento de filme e dentro do espírito bem português, de conseguir ver sempre um lado positivo numa situação má, do abate que sofreu na Guiné, nasceria uma relação duradoura com a enfermeira pára-quedista Giselda Antunes, que o socorreu em Guileje após o resgate, e viria a tornar-se sua esposa, no regresso definitivo a Portugal.
Perfil do avião em que seguia o Ten. Miguel Pessoa no dia 25/3/1973 Imagem: Paulo Moreno |
Agradecimentos: Cor (Ref) Miguel Pessoa, Paulo Moreno, Carlos Santos, Cristiano Valdemar, Vicente Braz, Arnaldo Sousa
São episódios como este que parece haver vergonha em divulgar devidamente em especial na RTP paga por todos nós. Os episódios "A GUERRA", deixaram muito a desejar e pareciam relatos envergonhados....!!!
ResponderEliminarSão narrativas destas que quem as viveu, deve dar a conhecer, por si ou por alguém de confiança.
EliminarPor ironia do destino hoje sou conhecido e amigo do casal Pessoa.
ResponderEliminarO Miguel e a D. Giselda formam o casal perfeito todos os adjectivos que usasse pecariam por defeito para os qualificar
um abraço
Colaço.
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ResponderEliminarOh palhaço, não tens nada de útil para dizer, baza! Todos os comentários que fazes são inúteis e ofensivos... mais um hipster pseudo-revolucionário com as suas atitude de chacha...
ResponderEliminarFui um dos intervenientes. Vi o Fiat a passar sobre Guileje, e soube passado pouco tempo que tinha sido abatido. Fiz parte desses Grupos de resgate.
ResponderEliminarJosé Carvalho
ex fur mil Op Esp
CCAV 8350
Vivam os verdadeiros heróis da Pátria Portuguesa
EliminarJulgo que o site Luís Graça e os Camaradas da Guiné, há anos, também já fizeram a postagem destes factos. De facto Marcelino da Mata foi um grande combatente ao longo de muitos anos na guerra da Guiné. Sendo DFA, na lei posta em vigor há alguns anos, e apesar de ser condecorado com a Torre Espada, continua a ter a reforma de capitão e não de Ten-Coronel, posto em que já estava graduado, aquando da promulgação desta lei. Conheço mais um caso idêntico,de um oficial do meu curso de Infantaria, Lobato Faria, tb condecorado com a Torre Espada e DFA (e Comando) e que continua a vencer com a reforma de ten-coronel, enquanto os seus camaradas de curso (ex-DFA) ganham como coronel.
ResponderEliminareste acidente vem descrito ao pormenor no livro«dias de coragem e de amizade«,de nuno tiago pinto.sao relatos na 1 pessoade homens e mulheres,que estiveram nas 3«frentes« da guerra colonial.excelente livro
ResponderEliminarNa Foto Marcelino da Mata e Paraquedistas no canto inferior direito também...,convem não esquecer que participaram activamente nas buscas, e o grupo do Marcelino só apareceu depois,para a foto pelos vistos!!!
ResponderEliminarPenso que o seu comentário,não está certo.Eu era o chefe da linha da frente dos Fiat´s G91 R4,e o que constava por lá é que ogrupo do Marcelino,foi o primeiro a encontrar o Ten.Pessoa.E assim se confirma, até pelo acima descrito
ResponderEliminarTudo o que acima está escrito no que concerne ao Tenente Pessoa, não corresponde integralmente à verdade. Logo que o avião caíu, foi enviado para o local naquele final de tarde, um grupo de militares. Dois grupos brancos e um de milícias, comandados por mim Alf.Mil. Gonçalves, da CCAV. 8350. Fomos guiados por um milícia cujo nome agora não recordo e que conhecia muitíssimo bem a área. Chegados ao local do acidente, pelas coordenadas recebidas nessa mesma tarde, fizemos segurança remota. Mal raiou o dia e se começou a ver, esse guia, deu uma volta na zona onde nos encontrávamos e de imediato alertou para o facto de ter encontrado o Tenente Pessoa. Alertado o Comando, só posteriormente vem o Marcelino da Mata com os Helis que trataram da sua evacuação.
ResponderEliminarPoderia ter sido mais preciso ainda, dizendo que foi encontrado de camisola branca vestida para melhor ser visto do ar e com uma perna fracturada. O Furriel Casimiro esteve lá comigo bem como outros camaradas de armas, Furriel Silva, Furriel Roças, etc, etc, etc.
ResponderEliminarO grupo que resgatou Miguel Pessoa era constituído por pára-quedistas, comandados por meu falecido irmão, capitão PQ João Manuel da Costa Cordeiro e pelo grupo de Marcelino da Mata. A maioria das publicações fala só no grupo do Marcelino.Mas é uma injustiça para os páras (alguns deles, aliás, nas fotos e tenho outras em que está o meu falecido irmão).
ResponderEliminarCarlos Cordeiro
Encontrar é uma coisa, resgatar é outro completamente diferente.
ResponderEliminarFrancisco Gonçalves
O Sr Marcelino esteve em todas, pq querem agora exclui-lo?? Alguém diz que foi um preto pisteiro que viu o Tenente, no dia anterior; então pq não fizeram o resgate?? Algo não bate certo!
ResponderEliminarOs paras andavam de Helio, mas Marcelino tinha asas; dá para entender agora!!!Nenhum branco foi capaz de ir resgatar 150 soldados brancos ao Senegal; borraram-se todos: Paras, fuzileiros e Q.General.
Pelos vistos, uns fizeram o trabalho, outros banquetearam-se com os louros da recuperação!
ResponderEliminarMas nada que seja novo!
A minha singela homenagem a todos os camaradas que por lá perderam a vida...Bem hajam! "Homens demasiado grandes num país tão pequeno".
ResponderEliminarBoa noite
ResponderEliminarFui Fur. Miliciano Controlador de Tráfego Aéreo na B.A.5 entre Jan de 1965 e Fevereiro de 1969. O avião voado na altura era o F/86 Sabre e eu tive a sorte de controlar o primeiro Fiat G91R4 que aterrou em Monte Real em Março/abril de 1966 pilotado pelo infelizmente já falecido Ten. Pil. Av. Tuna. Vi voar em Monte Real o Fiat O Roda O Mota Cardoso o Guerra o Miranda o Nico o Moutinho O Godinho o Meca o Luis António o Egídio Lopes e tantos outros. Geração extraordinária que irradiava de Monte Real para o Fiat na Guiné para o F/84 em Angola e mais tarde, á não no meu tempo para os Fiat no norte de Moçambique. De monte Real saiu no inicio de 1966 o Fu. Mil. Pil. Av. Gabriel Cavaleiro que foi voluntário para Moçambique voar em T6.
Grandes pilotos, grandes homens e quase todos amigos do peito que no ULTRAMAR lutaram com uma dignidade e com um sentido do dever extraordinário. Para os vivos um grande abraço de amizade, para os que já partiram para o derradeiro voo a minha sentida homenagem.
Estive envolvido neste guerra do Ultramar, tendo passado por servir no AB7-TETE e BA10-BEIRA MOÇAMBIQUE.
ResponderEliminarIsto não está bem contado . O Tn. Pessoa, só se declarou quando viu os Páras pois embora tivesse visto o grupo do Marcelino, assim conhecido, e por eles andarem fardados e armados como o PAIGC, deixou-os passar... Quanto a Conakri, estiveram envolvidos tropas dos três ramos. Passem bem
ResponderEliminarEstive na Guiné no ano de 1972 numa missão da OGMA na montagem dos FIATG91-R4, e o 5413 passou pelas minhas mãos. Em 1970 estive tambem em MOÇAMBIQUE, na BA10(BEIRA) na missão OGMA na montagem de FIATes. E foi em Moeda que socorremos um Fiat acidentado, com o capitão Vitor Silva.
ResponderEliminarGrande Pessoa, meu querido amigo. Que se lembrem sempre de ti e do teu exemplo na guerra da Guiné. Que este país, governado por gente rasteira, depressa caia para que possamos lembrar o que demos em nome da Pátria. Abraço.
ResponderEliminarBasta ver a 1ªfoto para se ver no lado direito , os Paraquedistas , quase a fugir da foto...para o regime obviamente que dava mais "ronco" atribuir ao marcelino. Falei com a Enfermeira Paraquedista Giselda , esposa do tenente Pessoa, que confirmou terem sido os paraquedistas...depois mandaram-nos parar e veio o Mata!
ResponderEliminarafinal lutamos ums luta ingloria. a Ex Colonias foram entregues a grupos organizados que nao representam a vontads dos povos, antes pelo contrario estabeleceram Governos ladroes que so pioraram a vida das populaçoes
ResponderEliminarESTIVE NA GUINE ERA CIFRA, ASSISTI A MUITA COISA VERGONHOSA COMO NEGOCIOS E OS QUE MORRERAM E OS QUE ESTAO VIVOS HOJE SAO TRATADOS COMO TRAIDORES PELOS CHULOS QUE REGRESSARAM A CONTA DOS MORTOS.BASTA VER JORNAIS E TELEVISOES.
ResponderEliminarFoi meu innstrutor no T-37 ao mesmo tempo que voava nos asas com quem andei à boleia e para quem fiz filmes com o Valadas e Patrício que depois serviam para os briefings de todos os elementos. Sempre tive e continuo a ter grande consideração e respeito por ele. Um abraço
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