Texto: Paulo Mata e António Luís
Artigo publicado no jornal Take-Off de novembro de 2013
Um F-16 sobrevoa o NRP Bérrio |
O cenário é de catástrofe natural no arquipélago da Madeira, causado por uma tempestade de proporções trágicas. Como se não bastasse, à mesma associa-se uma ameaça militar, consubstanciada num pedido de atracagem em Porto Santo, de um navio conotado com a organização criminosa “Dark Ocean” e a aterragem não autorizada de um avião transportando elementos dessa mesma organização, no aeroporto da ilha.
Tendo a organização Dark Ocean tomado pela força as instalações aeroportuárias e feito reféns civis e militares, o Governo português determina o empenhamento das Forças Armadas, em defesa da soberania nacional e dos seus cidadãos. Foi este o cenário fictício criado, para servir de base ao Exercício Lusitano 2013.
Tendo a organização Dark Ocean tomado pela força as instalações aeroportuárias e feito reféns civis e militares, o Governo português determina o empenhamento das Forças Armadas, em defesa da soberania nacional e dos seus cidadãos. Foi este o cenário fictício criado, para servir de base ao Exercício Lusitano 2013.
Fuzileiros em inserção vertical através de um Lynx e a partir do mar (mergulhadores) na libertação de reféns |
A Força de Reacção Imediata (FRI), constituída no caso pela Força Tarefa 477, integrando meios dos três ramos das Forças Armadas, é por isso destacada para a região, com um tempo de prontidão até 36 horas.
Neste quadro, a actuação da Força Aérea, reveste-se de especial importância, pela rapidez com que consegue projectar forças e estabelecer uma cadeia logística de apoio, especialmente num território descontínuo como é o caso de Portugal, com área continental e regiões insulares. Para as operações militares de apoio ao resgate de reféns, restituição da soberania nacional e da ordem no Porto Santo, foram destacados C-130, C295 e EH101 para transporte de pessoal e carga; P-3C para reconhecimento, vigilância e informação; F-16 no apoio às acções no terreno e um posto de comunicações móvel. A Marinha disponibilizou por sua vez, além de um navio de reabastecimento e de um submarino, a fragata Vasco da Gama, com um helicóptero Lynx a bordo, capaz de efectuar missões de inserção vertical de fuzileiros em plataformas navais. O Exército, além de empenhar meios humanos de infantaria, comandou as operações militares, através do Coronel Tirocinado José Correia, Comandante da FRI.
Neste quadro, a actuação da Força Aérea, reveste-se de especial importância, pela rapidez com que consegue projectar forças e estabelecer uma cadeia logística de apoio, especialmente num território descontínuo como é o caso de Portugal, com área continental e regiões insulares. Para as operações militares de apoio ao resgate de reféns, restituição da soberania nacional e da ordem no Porto Santo, foram destacados C-130, C295 e EH101 para transporte de pessoal e carga; P-3C para reconhecimento, vigilância e informação; F-16 no apoio às acções no terreno e um posto de comunicações móvel. A Marinha disponibilizou por sua vez, além de um navio de reabastecimento e de um submarino, a fragata Vasco da Gama, com um helicóptero Lynx a bordo, capaz de efectuar missões de inserção vertical de fuzileiros em plataformas navais. O Exército, além de empenhar meios humanos de infantaria, comandou as operações militares, através do Coronel Tirocinado José Correia, Comandante da FRI.
C295 na aproximação à pista do AM3 - Porto Santo |
As acções desenrolaram-se entre os dias 18 e 27 de Novembro, período durante o qual foi possível treinar missões de Projecção de forças, Operações aerotransportadas, Desembarque anfíbio, Operações especiais, Tomada de objectivos, Resgate de reféns, Patrulhamentos, Controlo do mar, Apoio logístico e sustentação e Controlo aéreo.
Desembarque de fuzileiros a partir da fragata Vasco da Gama com o submarino Arpão em 2ºplano |
Simultaneamente, o cenário previa a necessidade de apoio às populações civis afectadas pela tempestade, nomeadamente a cooperação com as autoridades regionais de protecção civil em situações de cheias, deslizamento de terrenos, isolamento das populações e naufrágios, tendo as forças militares prestado auxílio humanitário (meios humanos, companhia geral de cooperação civil e militar e hospital de campanha do Exército), efectuado busca e salvamento (navio patrulha da marinha e EH101 da Força Aérea) e cimentado a cooperação civil-militar, que tão bons resultados demonstrou nas cheias de Fevereiro de 2010, essas então reais.
Resgate de um tripulante do NRP Cuanza por um EH101 Merlin |
Refira-se ainda, que um dos objectivos principais do exercício consistia, além do treino operacional das tropas e meios no terreno, também e principalmente, no treino da estrutura de crise do Comando Operacional Conjunto do Estado-Maior-General das Forças Armadas, no Planeamento, Comando e Controlo de Operações (Operações de Resposta a Crises e de Apoio à Protecção Civil) e ainda o Comando Operacional da Madeira, no âmbito da mesma operação, no apoio ao Serviço Regional de Protecção Civil (SRPC) e a Companhia Geral CIMIC.
Primeiros socorros a um "náufrago" com o EH101 em busca |
De notar também que estiveram presentes como observadores, oficiais de quase todos os países da Iniciativa 5+5 Defesa, que Portugal preside actualmente e que envolve 5 países do sul da Europa (além de Portugal, Espanha – cancelou presença à última hora, França Itália e Malta - Ausente) e 5 do norte de África (Mauritânia, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia), com o intuito de observar procedimentos e estreitar laços de cooperação, no âmbito da vigilância marítima, segurança aérea e participação das Forças Armadas no domínio da Protecção Civil.
Visitaram igualmente as operações no decorrer do exercício, o Ministro da Defesa Nacional Dr. José Aguiar-Branco e o Presidente do Governo Regional da Madeira Dr Alberto João Jardim entre as autoridades civis, bem como o CEMGFA Gen. Luís Araújo e os Chefes de Estado-Maior dos três Ramos das Forças Armadas.
Visitaram igualmente as operações no decorrer do exercício, o Ministro da Defesa Nacional Dr. José Aguiar-Branco e o Presidente do Governo Regional da Madeira Dr Alberto João Jardim entre as autoridades civis, bem como o CEMGFA Gen. Luís Araújo e os Chefes de Estado-Maior dos três Ramos das Forças Armadas.
Largada de carga em pára-quedas por um C-130 |
Apesar de qualquer semelhança com o cenário em que se desenrolaram as acções, ser ”mera coincidência”, a verdade é que facilmente se encontram pontos de contacto com realidades recentes que afectaram o país (crise na Guiné Bissau em Abril de 2012 e cheias na Madeira em Fevereiro de 2010), pelo que o “olear da máquina” de Defesa no exercício Lusitano, é bem mais do que um simples exercício de retórica.
Qualquer que seja a ameaça, civil ou militar, pode dizer-se hoje com total segurança, que o País e as suas Forças Armadas estão agora mais preparadas para a enfrentar.
Qualquer que seja a ameaça, civil ou militar, pode dizer-se hoje com total segurança, que o País e as suas Forças Armadas estão agora mais preparadas para a enfrentar.
Pára-quedista largado sobre Porto Santo |
1 Debriefing:
Eu faço parte dessa equipa da cruz vermelha!!
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