FWIT 2010 e Conversão do último motor PW F100-PW-220E


FWIT 2010










Realizou-se pela primeira vez em Portugal, parte do curso "Fighter Weapons Instructor Training" ou simplesmente FWIT, destinado a pilotos de caça. Este curso, que é a versão europeia do Norte-Americano "Weapons Instructor Course" (também conhecido por "Top Gun" celebrizado no filme homónimo), é um curso avançado, destinado a pilotos experientes (mínimo de 500 horas de voo em F-16 - normalmente 700 a 1000 horas - e detentores da qualificação "4 ship lead"). Nele participam além de Portugal, também Bélgica, Dinamarca, Holanda e Noruega, países que formam o núcleo EPAF (European Participating Air Forces) que utiliza e desenvolve o F-16 em conjunto. O FWIT é por isso uma curso multinacional, ao qual cada país para participar, deve ceder pelo menos um aluno, um instrutor e um avião. É a terceira vez que a Força Aérea Portuguesa participa neste curso, que existe desde 1985 nos moldes actuais e que tem a sede na base de Leeuwarden na Holanda.

O FWIT tem o objectivo de proporcionar aos pilotos alunos, o mais alto nível de proficiência e conhecimentos existentes e simultaneamente pretende tornar os instruendos especialistas em táctica, o que lhes permitirá futuramente liderar operações em cenários de conflito e servir de instrutores de táctica dentro da esquadra de origem.
O curso de 2010 foi dividido em três partes: Ar-Ar, Ar-Superfície e Táctica, com uma duração total de quase sete meses, durante os quais os alunos realizaram um mínimo de 43 missões, tiveram 200 horas teóricas e foram submetidos a 20 exames, (com aproveitamento mínimo de 85%), além de realizar ainda uma tese final. Apesar deste nível de exigência, dos alunos que iniciam o curso (entre 14 e 16), não costuma haver mais do que uma ou duas reprovações por curso.
A etapa final, compreendendo parte da fase Ar-Superfície e a fase Táctica, foi a realizada em Monte Real entre 11 de Outubro e 18 de Novembro, período durante o qual se realizaram cerca de 320 missões em aproximadamente 380 horas de voo, incluindo largada de armamento inerte e real. As missões envolveram além de um número de F-16 entre as 14 e as 22 unidades por missão, aeronaves C-295, C-130, EH-101, Alouette III da Força Aérea, bem como um Falcon 20 de guerra electrónica da NATO, com os quais se simularam os mais complexos cenários de conflito previsíveis na actualidade.

A realização desta fase na BA5, adicionada à partilha de aviões entre as FAs Belga e Portuguesa (a Bélgica cedeu aviões a Portugal na Holanda, sucedendo o inverso em Portugal), permitiu reduzir para 1/5 os valores normais do custo da participação nacional.

O intercâmbio de equipamentos e tripulações é aliás normal no FWIT, com o intuito de uniformização de procedimentos, tanto de voo, como de manutenção e de controladores aéreos, dos diversos países intervenientes. É por exemplo o único exercício em que, além da cedência pontual referida entre Portugal e Bélgica, há total intercâmbio de aviões, pilotos e mecânicos, podendo um piloto de qualquer nacionalidade participante, operar em qualquer avião, com qualquer equipa de mecânicos.

No FWIT2010 graduaram-se os dois pilotos alunos portugueses participantes, pertencentes às duas esquadras que operam o F-16 na FA - Esquadras 201(Falcões) e 301(Jaguares).



 Final de trabalhos de conversão dos motores Pratt&Whitney





Foi paralelamente assinalada no dia 9 de Novembro, a conversão do último dos 25 motores Pratt&Whitney F100-PW-200C adquiridos a custo zero com o programa Peace Atlantis II, para o padrão F100-PW-220E, a utilizar na versão do F-16 MLU. Na cerimónia comemorativa realizada na BA5, em que estiveram presentes o CEMFA, representantes dos EUA e do fabricante, foi realçada a competência dos profissionais envolvidos, bem como a qualidade das instalações criadas em Monte Real. A capacidade instalada permitiu poupar 6M€ apenas na mão de obra, quando comparando com a opção de alienar os trabalhos, e permitirá economizar adicionais 14M€ na manutenção da totalidade da frota F-16, durante a próxima década.




NOTA: Esta reportagem foi originalmente publicada na revista SIRIUS Magazine de Jan/Fev 2011

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